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Cães - Porquê vacinar?

Por: Ana Matias


É quase do senso comum que os cachorros têm de ser vacinados, no entanto, o que a maioria das pessoas não sabe é quando deve começar a fazê-lo nem contra que doenças as vacinas protegem o seu patudo. 

Quando deve o seu cão receber a primeira vacina? O ideal é que a primeira vacina seja administrada às 6 ou 8 semanas de idade. Porém, se o seu cachorro já é mais velho e nunca foi vacinado, poderá iniciar o protocolo vacinal em qualquer idade! 

Contra que doenças vacinamos regularmente os cães? 

- Esgana 
É uma doença infecciosa, que pode afetar os sistemas nervoso, gastrointestinal e respiratório dos cães. O vírus é altamente contagioso e passa-se facilmente de cão para cão, através do contacto direto entre animais. Os cães em maior risco são os não vacinados. O primeiro sinal de infeção é a presença de secreção nasal ou ocular serosa e mucopurulenta, que pode evoluir para tosse e mais tarde para pneumonia. Os cães doentes apresentam febre, falta de apetite e prostração. Pode surgir diarreia, convulsões, ataxia, desorientação, entre outros. Além dos sinais clínicos, o sistema imune do animal é também afetado, interferindo com a capacidade do organismo lutar contra a infeção. Atualmente não existem fármacos capazes de interromper o desenvolvimento deste vírus, sendo todo o tratamento direcionado para reduzir as infeções secundárias e os sinais clínicos apresentados. A única forma eficaz de prevenção da doença é a vacinação. 

- Hepatite infecciosa canina 
É uma doença infecciosa causada pelo adenovírus canino tipo 1. Esta doença acomete, mais frequentemente, cães jovens com idade entre 1 mês e 2 anos. Este vírus é adquirido por exposição oronasal dos animais suscetíveis, a secreções dos animais infetados. A hepatite infecciosa canina pode manifestar-se de forma hiperaguda, aguda e silenciosa, estando os sinais clínicos associados com lesão dos vasos sanguíneos e do fígado. O tratamento é de suporte até que possa ocorrer recuperação. A vacinação correta e os cuidados com a desinfeção e higiene são fatores determinantes na prevenção desta doença. 

- Parvovirose 
A parvovirose canina é causada pelo parvovírus canino. Cães de todas as idades podem ser infetados, mas os mais jovens são os que estão em maior risco. O vírus é transmitido depois da exposição dos animais suscetíveis a fezes, vómito e objetos contaminados. A forma clínica que se observa com mais frequência caracteriza-se por falta de apetite, depressão, vómitos e diarreia mucóide ou sanguinolenta. Não existe tratamento antiviral específico, pelo que toda a terapia implementada é de suporte, a fim de combater os sinais clínicos associados a esta patologia. Assim, aos cães acometidos são administrados fluidos, antibióticos, protetores gástricos, anti-eméticos, analgésicos e anti-piréticos. O prognóstico de animais sem tratamento é mau, com uma taxa de mortalidade superior a 90%. Por outro lado, nos animais com diagnóstico precoce e terapia agressiva, conseguimos atingir boas taxas de sobrevivência. As bases da prevenção contra parvovirose são a vacinação e a manutenção das condições de higiene nos ambientes que estão em contacto com o animal suscetível.

- Parainfluenza 
O vírus parainfluenza é um dos responsáveis pela traqueobronquite infecciosa canina, também chamada de “Tosse do Canil”. É uma patologia muito contagiosa que afeta o sistema respiratório dos cães. Existem várias complicações graves que podem decorrer desta virose, como a pneumonia, que pode ser fatal em cachorros. A transmissão ocorre por contacto direto com os animais infetados. Desta forma, em locais onde há grande concentração de cães (por exemplo, hóteis, canis e exposições caninas) a probabilidade de ocorrência desta patologia é maior. O tratamento baseia-se em antibióticos, broncodilatadores e anti-inflamatórios, podendo alcançar-se a cura se toda a terapia for respeitada. 

- Leptospirose 
É uma doença causada pela bactéria Leptospira interrogans. Os animais contraem a doença após contacto com um roedor infetado. Os sinais clínicos apresentados resultam de insuficiência renal e hepática, e incluem vómitos, perda de apetite, febre, dor abdominal, entre outros. Os animais vacinados também podem contrair a doença, mas de uma forma mais suave, por isso a vacinação é importante não só como prevenção, mas também para aumentar a possibilidade de cura do animal. Outra medida importante passa por controlar os roedores. Os proprietários dos animais infetados necessitam ter especial cuidado, devendo evitar o contacto com sangue e urina dos mesmos, para não serem contagiados, já que a doença é uma zoonose! 

- Raiva 
É uma doença infecciosa de cães e gatos, que pode ser transmitida para os humanos. Resulta, quase sempre, de uma mordedura de um animal infetado que carrega o vírus na sua saliva. Os casos de doença nos animais domésticos têm vindo a diminuir, devido aos protocolos de vacinação implementados. Em Portugal, não se registam casos de raiva há vários anos, mas a administração de vacinas contra esta doença continua-se a praticar como uma forte medida de prevenção. Os animais infetados podem apresentar uma variedade de sinais clínicos, especialmente neurológicos. Após o desenvolvimento dos sinais neurológicos, a doença progride de forma rápida e a morte ocorre em 7 dias. A raiva divide-se classicamente em 2 tipos: furiosa e paralítica. Inicialmente os animais mostram-se apreensivos ou nervosos e mordiscam ou lambem  a zona onde foram mordidos. Após este período, segue-se uma fase furiosa, na qual o animal fica cada vez mais irritado e agressivo. Animais com raiva paralítica apresentam paralisia generalizada, com dificuldades na deglutição, salivação excessiva e diminuição da sensibilidade facial. A taxa de mortalidade desta doença é extremamente elevada! 

Existem outras doenças que possamos prevenir com vacinas? Sim, como por exemplo, a tosse do canil e a Leishmaniose. No entanto, são doenças que requerem uma avaliação específica e um protocolo ajustado a cada animal. Lembre-se que cada caso é um caso. 

As vacinas impedem que o meu cão contraia as doenças? Não. As vacinas apenas ajudam a estimular o sistema imunitário do seu animal, de modo a que ele consiga responder melhor perante uma verdadeira infeção, aumentando as suas probabilidades de sobrevivência!!


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