A pulga é um dos ectoparasitas mais frequentes
nos animais de companhia e uma das causas
mais frequentes de visita ao consultório
veterinário. A sua importância deve-se não só Ã
capacidade de parasitar os nossos animais,
fazendo uma espoliação sanguÃnea e um
desconforto permanente que pode levar a
lesões cutâneas, como também são vectores
para outros tipos de doenças, além de terem
capacidade de se adaptar ao hospedeiro
humano.
Ambos os sexos são hematófagos e apenas nos estadios adultos é que parasitam os
animais. Os ovos são lisos e podem ser postos no solo (ambiente) como no
hospedeiro, de onde
eventualmente caiem pois não
apresentam nenhuma estrutura
de sustentação. A eclosão
ocorre de 2 dias a 2 semanas,
consoante a temperatura do
ambiente. As larvas são
semelhantes a pequenas
lagartas e alimentam-se de
detritos orgânicos,
nomeadamente das fezes de
adultos. Antes de terminarem o
estadio de larva, estas ainda
fazem duas mudas. No final da
segunda muda, a larva tece um
casulo e entra no estadio de
Pupa. Tal como a eclosão dos
ovos, também as mudas e a pupação dependem da temperatura ambiental. Numa
temperatura amena, o ciclo todo pode estar completo em 3 semanas mas, em
condições adversas, este pode-se prolongar por quase 2 anos. Depois da pupação, o
adulto procura o hospedeiro para voltar a iniciar o ciclo. Cada fêmea tem a
capacidade de colocar entre 20 a 50 ovos por dia. De salientar que a maior parte do
ciclo da pulga se passa fora do hospedeiro, pelo que em infestações caseiras, alem de
manter o hospedeiro protegido, é importante também fazer o controlo ambiental, pois
actuando apenas no hospedeiro estamos a actuar em apenas ¼ do ciclo. Outra
curiosidade é a resistência dos estadios adultos. Em condições adversas estes
conseguem sobreviver num ambiente sem hospedeiro durante 6 meses.
O controlo pode ser feito através de diversos meios, nomeadamente coleira, spot-on
(pipetas) ou comprimidos. Cada qual com as suas vantagens e desvantagens. De
salientar que existem no mercado diversas marcas e apresentações cuja eficácia tem
diminuÃdo ao longo do tempo. Pergunte ao seu veterinário quais os métodos mais
eficazes para o seu animal. O controlo deve ser feito, para a maioria das
apresentações, de 4 em 4 semanas.
É importante que o animal esteja sempre
protegido. A não protecção durante um mês pode levar a uma infestação ambiental de
difÃcil resolução.
Além de ingerir o sangue do seu animal, elas são também o agente implicado na
DAPP (dermatite alérgica à picada da pulga), além de contribuÃrem para a
disseminação de alguns parasitas intestinais e de algumas doenças sistémicas. Se
porventura o seu animal, além das pulgas, apresentar perda de pelo, feridas, estiver
muito calmo ou sem apetite contacte imediatamente o seu veterinário.
Por isto, não se esqueça de proteger o seu animal de estimação. Uma protecção
cuidada é meio caminho para um companheiro saudável.