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As pulgas

Por: David Martins


A pulga é um dos ectoparasitas mais frequentes nos animais de companhia e uma das causas mais frequentes de visita ao consultório veterinário. A sua importância deve-se não só à capacidade de parasitar os nossos animais, fazendo uma espoliação sanguínea e um desconforto permanente que pode levar a lesões cutâneas, como também são vectores para outros tipos de doenças, além de terem capacidade de se adaptar ao hospedeiro humano. Ambos os sexos são hematófagos e apenas nos estadios adultos é que parasitam os animais. Os ovos são lisos e podem ser postos no solo (ambiente) como no hospedeiro, de onde eventualmente caiem pois não apresentam nenhuma estrutura de sustentação. A eclosão ocorre de 2 dias a 2 semanas, consoante a temperatura do ambiente. As larvas são semelhantes a pequenas lagartas e alimentam-se de detritos orgânicos, nomeadamente das fezes de adultos. Antes de terminarem o estadio de larva, estas ainda fazem duas mudas. No final da segunda muda, a larva tece um casulo e entra no estadio de Pupa. Tal como a eclosão dos ovos, também as mudas e a pupação dependem da temperatura ambiental. Numa temperatura amena, o ciclo todo pode estar completo em 3 semanas mas, em condições adversas, este pode-se prolongar por quase 2 anos. Depois da pupação, o adulto procura o hospedeiro para voltar a iniciar o ciclo. Cada fêmea tem a capacidade de colocar entre 20 a 50 ovos por dia. De salientar que a maior parte do ciclo da pulga se passa fora do hospedeiro, pelo que em infestações caseiras, alem de manter o hospedeiro protegido, é importante também fazer o controlo ambiental, pois actuando apenas no hospedeiro estamos a actuar em apenas ¼ do ciclo. Outra curiosidade é a resistência dos estadios adultos. Em condições adversas estes conseguem sobreviver num ambiente sem hospedeiro durante 6 meses. 


O controlo pode ser feito através de diversos meios, nomeadamente coleira, spot-on (pipetas) ou comprimidos. Cada qual com as suas vantagens e desvantagens. De salientar que existem no mercado diversas marcas e apresentações cuja eficácia tem diminuído ao longo do tempo. Pergunte ao seu veterinário quais os métodos mais eficazes para o seu animal. O controlo deve ser feito, para a maioria das apresentações, de 4 em 4 semanas. 

É importante que o animal esteja sempre protegido. A não protecção durante um mês pode levar a uma infestação ambiental de difícil resolução. Além de ingerir o sangue do seu animal, elas são também o agente implicado na DAPP (dermatite alérgica à picada da pulga), além de contribuírem para a disseminação de alguns parasitas intestinais e de algumas doenças sistémicas. Se porventura o seu animal, além das pulgas, apresentar perda de pelo, feridas, estiver muito calmo ou sem apetite contacte imediatamente o seu veterinário. Por isto, não se esqueça de proteger o seu animal de estimação. Uma protecção cuidada é meio caminho para um companheiro saudável.


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