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Tem gato? Já ouviu falar nos vírus FIV e FeLV?

Por: Ana Matias


O vírus da Imunodeficiência felina ou SIDA felina (FIV) e o da Leucemia felina (FeLV) são dois agentes patogénicos distintos, mas que se transmitem e manifestam clinicamente de forma semelhante. A transmissão ocorre através de arranhadelas, mordeduras, acasalamento ou por via transplancentária (da mãe para o filho durante a gravidez). Por isso, gatos com acesso à rua, sobretudo os não castrados (chamados de “gatos inteiros”) têm maior probabilidade de contraírem estas doenças, pelo facto de serem mais territoriais e estarem predispostos a lutas e actos sexuais. Alguns animais podem apresentar ambas as doenças em simultâneo. 

Tanto o FIV como o FeLV são vírus imunodepressores, ou seja atacam as células do sistema imunitário dos gatos, tornando-os mais suscetíveis a outras doenças. Assim sendo, os animais infetados podem não só apresentar uma enorme variedade de sinais clínicos decorrentes de infeções oportunistas, como também serem assintomáticos durante alguns anos, sobretudo nas fases iniciais de contágio. Não existe tratamento específico para o FIV nem para o FeLV, pelo que as terapias médico-veterinárias utilizadas são ajustadas aos sintomas apresentados por cada gato afetado. 


Existem testes diagnósticos, realizados através de amostras de sangue recolhidas do seu gato, que permitem diagnosticar ambas as doenças. A realização destes testes justifica-se quando pretende adotar um gato de origem incerta ou que teve possibilidade de contacto com os vírus, se o animal apresentar sinais clínicos que possam sugerir infeção por FIV/FeLV e antes da primeira vacinação contra o FeLV. Existem situações específicas em que estes testes deverão ser repetidos dentro de algumas semanas para confirmar o resultado obtido. 

Caso os testes resultem positivo para uma ou ambas as doenças, mantenha a calma! Muitos dos gatos infetados não manifestam qualquer alteração clínica durante longos períodos, no entanto são necessários alguns cuidados de forma a proporcionar-lhes uma vida o mais saudável possível:

- Os gatos infetados devem ser mantidos indoor (isto é, sem acesso ao exterior), não só para minimizar a exposição a outros agentes causadores ou agravantes da doença, mas também para reduzir a transmissão da mesma. 

- Os controlos médico-veterinários devem ser feitos com regularidade, de forma a que os animais sejam avaliados com frequência. 

- Se tiver vários gatos na sua casa, aconselha-se que todos sejam testados. O ideal seria separar os animais sero-positivos dos sero-negativos. 

Atenção, nenhuma destas doenças é uma zoonose, pelo que não há possibilidade de transmissão para o ser humano! No entanto, visto os gatos acometidos terem o sistema imune vulnerável, todos os cuidados devem ser maximizados para que não nos transmitam outras doenças para as quais estão mais suscetíveis. 


De forma a prevenir o FIV e o FeLV, devemos tomar algumas medidas: 

- Evitar o contacto do nosso patudo com outros gatos que tenham acesso ao exterior. No caso de optarmos por deixá-lo dar as suas voltinhas pela rua, a castração é uma das medidas de eleição para prevenir a disseminação da doença. 

- Atualmente, em Portugal, já existe vacina contra o FeLV, a qual é aconselhada para os gatos que pertençam ao grupo de risco, isto é gatos castrados ou inteiros, que tenham acesso à rua. 

- Limpeza regular do ambiente onde vive o gato: o chão da casa e a caixa de areia devem ser lavados frequentemente com bons desinfetantes, os tapetes e mantas em contacto com o animal devem ser aspirados e lavados de forma habitual. Estes cuidados impedem que os vírus FIV e FeLV permaneçam muito tempo no ambiente, pois são vírus de constituição frágil.


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