Quando nascem e enquanto são amamentados pelas mães, os gatinhos estão protegidos pelos anticorpos maternos, que lhes são transmitidos através do leite materno. Assim, quando os gatinhos deixam de mamar, o que acontece aproximadamente aos 2 meses de idade (8 semanas), é importante conferir-lhes proteção, recorrendo à vacinação.
É importante salientar que as vacinas não impedem que os gatos sejam contagiados pelos vírus, no entanto são o melhor método de prevenção contra as doenças por eles geradas, já que reduzem a gravidade dos sinais clínicos e permitem que os animais combatam mais eficazmente as infeções.
Ao vacinar o seu gato protege-o contra:
- Rinotraqueíte infeciosa felina & Calicivírus felino
Infeções do trato respiratório superior são comuns em gatos. O herpes-vírus felino, também conhecido como vírus da rinotraqueíte infecciosa felina, e o calicivírus felino, causam cerca de 90% dessas infeções, sendo muitas vezes, em conjunto com outros agentes, responsáveis pela chamada “Coriza – constipação dos gatinhos”. Os gatos adquirem infeção, não só pelo contacto com outros gatos com infeção ativa ou portadores, como também pela exposição a objetos contaminados pelos vírus. Os gatos jovens ou imunodeprimidos são os que estão em maior risco de desenvolver os sinais clínicos. Mesmo que os sintomas desapareçam, os animais infetados tornam-se portadores destes vírus durante longos períodos, que podem durar de semanas a anos. As manifestações clínicas podem ser agudas, crónicas ou intermitentes. A forma aguda é a mais comum e inclui espirros, febre, secreção nasal e ocular, conjuntivite, hipersalivação e perda de apetite.
Estratégias de tratamento passam por facilitar a drenagem das secreções, recorrendo a descongestionantes nasais ou nebulizações; reduzir os agentes irritantes no ambiente como o fumo (por exemplo, fumo de tabaco e de lareiras) e os perfumes, já que podem exacerbar a inflamação nasal; controlar as infeções bacterianas secundárias com recurso a antibióticos e reduzir a inflamação. Além dos problemas nasais, estes dois vírus têm implicações noutros sistemas. O herpes-vírus felino pode ser responsável por úlceras na córnea, aborto e morte neonatal, enquanto o calicivírus felino pode causar úlceras na boca, pneumonia e inflamações em várias articulações (poliartrite). Alguns gatos recuperam da doença aguda, porém apresentam recorrências periódicas da sintomatologia, normalmente associadas a situações de stress ou de imunossupressão.
- Panleucopenia felina
É uma doença provocada pelo vírus da panleucopenia felina. Gatos de todas as idades podem ser infetados, mas os mais jovens são os mais suscetíveis. O vírus da panleucopenia felina é transmitido por via oronasal ou fecal-oral, depois da exposição dos animais a fezes, vómito e objetos contaminados.
Os gatinhos que são infetados ainda no útero da mãe podem desenvolver hipoplasia cerebelar. No entanto, a forma clínica que se observa com mais frequência caracteriza-se por falta de apetite, depressão, vómitos e diarreia mucoide ou sanguinolenta. Não existe tratamento antiviral específico, pelo que toda a terapia implementada é de suporte, a fim de combater os sinais clínicos associados a esta patologia. Assim, aos gatos acometidos são administrados fluidos, antibióticos, protetores gástricos, anti-eméticos, analgésicos e anti-piréticos.
O prognóstico de animais sem tratamento é mau, com uma taxa de mortalidade elevada. Por outro lado, nos animais com diagnóstico precoce e terapia agressiva, a probabilidade de sobrevivência aumenta.
As bases da prevenção contra a panleucopenia felina incluem a vacinação e a manutenção das condições de higiene nos ambientes que estão em contacto com os animais suscetíveis.
Lembre-se, a prevenção é a melhor arma contra as doenças! Vacine e proteja o seu amigo, ele agradece.