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Prepare o seu cão para o Inverno

Por: Alexandre Teófilo Branco Pappamikail


Com o fim dos dias quentes e a chegada de dias mais curtos, frios e chuvosos, é particularmente importante lembrar alguns cuidados a ter com os nossos cães, e desmistificar eventuais mitos. Haveria imenso para dizer (e haverá sempre muito mais do que aquilo que vou escrever), pelo que vou limitar-me a relembrar algumas coisas que são de senso-comum, e outras que estão relacionadas com doenças infecto-contagiosas e com o processo de envelhecimento. 


Há imensas raças de cães, todas elas distintas. Um Weimaraner, com um pêlo curto e liso, estará sempre muito menos protegido dos elementos do que um São Bernardo. É importante, dentro do possível, evitar passear o cão em horas de chuva intensa. Há gabardines para cães de todas as formas e feitios, que ajudam a evitar não só um pêlo encharcado, mas também eventuais constipações futuras. Do mesmo modo, deve-se secar as patas encharcadas dos patudos com toalha ou secador: uma pele permanentemente húmida e quente, será um ambiente óptimo para o crescimento de leveduras, fungos ou bactérias. 


Outra coisa que é mais frequente no Inverno são os atropelamentos, sobretudo em dias de chuva. Convém relembrar que é obrigatório os cães serem passeados à trela na via pública, de acordo com o Artigo 7º do Decreto Lei 314/2003. Com excepção de um caso, todos os cães atropelados que vi durante a minha carreira estavam soltos. 


Há também uma ideia – errada – de que no Inverno nos podemos desleixar no que concerne a prevenção da picada da pulga e de outros ectoparasitas, porque eles estão activos apenas na Primavera/Verão. Infelizmente isso não corresponde à realidade: embora um cão tenha mais facilidade de ser picado por carraças no Verão, ele pode apanhar pulgas o ano todo. 

Mais grave ainda é o caso da Leishmaniose, que é uma doença transmitida por um flebótomo (insecto picador voador). Um flebótomo portador da leishmania pode infectar um cão saudável, que na esmagadora maioria dos casos, caso desenvolva a infecção, fica infectado para toda a vida. A Leishmaniose é endémica no nosso país (e na maior parte do sul da Europa), e um cão pode ser infectado em qualquer altura do ano. A Leishmaniose exige tratamento e monitorização dispendiosos por toda a vida do paciente, e pode ser evitada com coleiras repelentes e pipetas para pulgas que também actuem contra o insecto vector. Para além disso, já foi desenvolvida uma vacina contra a doença, que ainda assim não dispensa a prevenção. 


Por último, gostaria de deixar uma palavra que concerne os cães mais velhotes. Graças a uma alimentação mais saudável, a uma maior informação por parte dos donos, e à melhoria dos cuidados de saúde médico-veterinários, os cães vivem hoje em média muito mais anos do que há apenas algumas décadas atrás. Esse aumento da longevidade, confrontou-nos com o aparecimento de uma série de patologias que anteriormente eram aparentemente exclusivas do ser humano. Uma dessas patologias próprias da terceira idade, é o aparecimento de dor articular: se o seu cão começa o dia a coxear, ou com um andar muito rígido, para ir melhorando ao longo do dia, apenas para na manhã seguinte voltar ao mesmo, provavelmente ele tem desconforto secundário a artroses. Qualquer cão com tendência para desconforto articular, vai-se queixar mais durante o tempo frio e húmido que durante o tempo quente e seco. Há várias coisas que podem ser feitas para lhes diminuir o grau de desconforto, melhorar a saúde articular, e aumentar a qualidade de vida. Se acha que o seu cão corre o risco de cair dentro desta última categoria, procure o seu veterinário assistente, que seguramente vai ter todo o gosto em esclarecer quaisquer dúvidas que possa ter.


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