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Cecil foi morto, mas o meu grito vai para os leões sem nome

Por: Guia do Cão


Era uma vez, no Zimbabwe, no parque Hwange, um simpático Leão. Era simpático para os guias e para os turistas. 


Aparecia frequentemente nos safaris e visitas guiadas ao parque e até parava, parecendo pousar para as câmaras. Cedo ganhou o interesse de muita gente. Foi baptizado de Cecil, o Rei, e de África a Oxford, no Reino Unido, o nome foi tornando-se um símbolo da natureza em liberdade e do convívio harmonioso entre homem e animais. Cecil era importante, não só pela imagem, mas também para a ciência e desde de 1999 que oferecia dados úteis para a compreensão da evolução da fauna e da dinâmica associada ao seu ecossistema. Oxford e o mundo nunca imaginariam o que estava para vir. 


No outro lado do mundo, um dentista americano, de nome Walter James Palmer, escondia atrás do seu sorriso branco um terrível segredo: gostava de matar. Fazia-a colhendo troféus que exibia orgulhosamente. Era um caçador. E embora a caça para obtenção de alimento seja comum na natureza, a caça como desporto não o é. Daí classificar como um “terrível segredo”. A história é conhecida, Walter Palmer pagou cerca de 50mil dólares americanos a dois guias locais. Estes, sabendo da proibição de matar animais dentro do parque, criaram um isco para atrair Cecil para fora do parque. Uma vez fora do parque encandearam-no com um holofote. O dentista armado de arco e flecha atirou sobre o leão. Forte, Cecil não morreu. Fugiu ferido e assustado. Ao fim de 40 horas de perseguição, foi morto, esfolado e decapitado. Na tentativa de ocultar o crime, os perpretores destruiram, mas sem sucesso, o dispositivo que Oxford utilizava para localizar os movimentos do felídeo. O mundo pede justiça. Walter garante que não sabia que estava a fazer uma ilegalidade. Biólogos afirmam que os filhos de Cecil serão mortos pelo leão que tomar o lugar do rei deposto. Pessoalmente não fico indiferente a nenhum dos argumentos, excepto ao do dentista, mas o que me preocupa são as centenas de actividades de caça ilegais que neste momento ocorrem, matando tantos outros animais sem nome. O meu apelo vai, em lágrimas, para todos os que chamam isto desporto: Amanhã já não teremos estes nobres animais para falar aos nossos filhos e nessa altura, ter um troféu como uma cabeça de leão, será apenas símbolo do egoísmo e de maldade. Assim peço que evitem esta brutalidade da forma que puderem. Partilhem, denunciem caças ilegais, critiquem quem chama a isto desporto. Façam.


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